quarta-feira, 6 de julho de 2011

Contradição/mudança ou identidade/permanência.

Há-de ficar demonstrado que, com a Filosofia Grega, esgotaram-se fundamentalmente as probabilidades de pensamento cosmovisional, e que ela formulou problemas válidos ainda para hoje e indicou os caminhos para a sua solução, que ainda hoje trilhamos” (HOFFMANN apud HIRSCHBERGER, 1965, p. 25-26).



O destaque acima traduz o meu interesse por essa “aventura” pela filosofia. Considero que dois teóricos do século VI, antes de Cristo, por suas diferentes sínteses, formularam um problema ainda não suficientemente apropriado por nós: a questão da contradição/mudança contra a identidade/permanência. Considero ainda, que grande parte do que concebemos hoje, ao menos na civilização ocidental, deve-se a um brilhante (e fortemente presente) pensador – Aristóteles –, também pertencente à Filosofia Antiga, que, por sua síntese, orientou e deu (sua) solução ao problema, turvando-nos outras possibilidades de solução. Por isso, há que se colocar um pé na história (oficial) da filosofia e outro em sua crítica, de modo a tirar máximo proveito para o fim a que se propõe.


O ponto de partida desse estudo é, pois, Heráclito e Parmênides, pois, somente a partir deles[1] há a distinção entre conhecimento sensitivo e intelectual, onde nesse último, reside a ciência, isto é, uma tentativa de interpretação da realidade. Esse primeiro esforço receberá um grande passo com Aristóteles, de acordo com a história da filosofia: “[...] em Aristóteles e em sua escola a distinção e a articulação orgânica das diversas partes da ciência alcançam um grau muito elevado de perfeição” (FRAILE, 1965, p. 6-7, tradução nossa).


FRAILE, Guillermo. Historia de la Filosofia I: Grecia y Roma. Madrid, Espanha: Católica, S. A., 1956.
HIRSCHBERGER, Johannes. História da Filosofia na Antigüidade. Tradução e prefácio de Alexandre Correia. 2. ed. revista e aumentada. São Paulo: Herder, 1965.



[1] “[...] o problema da ciência, concebida como um saber fixo, estável, necessário e certo acerca das coisas, já aparece agudamente estabelecido em Heráclito e Parmênides” (FRAILE, 1965, p. 5, tradução nossa).

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